Entenda a Deficiência Visual

 

O mundo moderno e competitivo nos remete a novas reflexões e mudanças de pensamento, portanto, fica claro que todos os seres humanos encontram dificuldades em algum aspecto da vida.

Em suma, todos precisamos transformar, aprender e adaptar o corpo para a demanda e o rol de novas atividades que surgem no cotidiano ao longo de nossa existência.

Assim, deficiência é um termo, muitas vezes subjetivo, que pode ser empregado a todas as pessoas, dependendo do ambiente em que se encontram da situação a qual são lançadas, da experiência e consciência corporal de cada individuo.

Desse modo, usar este termo, que no dicionário da língua portuguesa significa: “Falta, insuficiência. Imperfeição” (ROCHA, 1996: p.187), para rotular, estigmatizar uma pessoa ou medir seu grau de possibilidades corporais seria no mínimo imprudente e de fato um julgamento errôneo, (pré) conceito equivocado sobre qualquer que seja a expectativa sobre determinado ser humano. (AZZINI, 2007: p.38).

Ao falar da pessoa com deficiência devemos estabelecer alguns termos, conceituar e compreender este indivíduo.

Assim, “Deficiência refere-se a qualquer perda ou anormalidade da estrutura ou função psicológica, fisiológica ou anatômica, podendo resultar numa limitação ou incapacidade no desempenho normal de uma determinada atividade que, dependendo da idade, sexo, fatores sociais e culturais, pode se constituir em uma deficiência” (MEC, 2002).

“O termo pessoas deficientes refere-se a qualquer pessoa incapaz de assegurar por si mesma, total ou parcialmente, as necessidades de uma vida individual ou social normal, em decorrência de uma deficiência congênita ou não, em suas capacidades físicas ou mentais” (ONU, 1975)

Ao nos referirmos à deficiência visual precisamos levar em conta alguns aspectos da capacidade visual do individuo levando em conta: acuidade visual, visão binocular, campo visual, visão de cores e adaptações as diferenças de luz e segundo Mosqueira (2000) nos diz deficiência visual é a total ou parcial falta da visão que faz com que a pessoa necessite de recursos, instrumentos específicos para desempenhar atividades do seu dia a dia, temos ainda Silva (1999) dizendo que a deficiência visual é a incapacidade de captar ou interpretar estímulos visuais do meio ambiente.

A partir disso temos duas classes visuais definidas pela capacidade funcional da visão, segundo a Organização Mundial de Saúde (2005):

 

Cegueira: apresenta acuidade visual inferior a 3/60 metros e campo visual inferior a 10 graus, ambos no melhor olho de correção.

Baixa Visão: apresenta acuidade visual entre 3/60 e 6/18 metros no melhor olho e utilizando melhor correção possível.

 

Existem outros tipos de classificação levando em conta os aspectos citados acima.

Classificação Legal que permite à pessoa direitos previstos pela lei para obter condições e adaptações no cumprimento de sua cidadania.

Classificação Educacional que considera a pessoa cega aquela que necessita de recursos específicos, como o sistema Braile, aparelhos de áudio ou qualquer aparelho especial para ingressar no processo educacional regular, e baixa visão aquela pessoa com limitação no sistema visual, mas necessita de recursos adicionais como lupas e material didático impresso em letras maiores para ingressar no processo educacional regular.

Classificação Esportiva que se divide em 3 categorias: B1, B2, B3 (sendo a sigla B de blind, cego na língua inglesa). B1: apresenta percepção luminosa, porém não reconhece a forma da mão a qualquer distancia ou direção. B2: incapaz de reconhecer a forma de uma mão até acuidade de 2/60 metros e/ou campo visual inferior a 5 graus. B3: pessoa com acuidade visual entre 2/60 metros até 6/60 metros e/ou campo visual entre 5 e 20 graus.

Com isso, devemos também reconhecer que a cegueira pode ser congênita, que se apresenta quando o individuo nasce sem resíduos visuais ou ainda perde a visão até os três (3) anos de idade ou adquirida quando a pessoa fica cega após a formação dos conceitos, gravação de imagens e constituição da memória visual.

Desta maneira, afirmamos a importância do sistema visual na captação de informações, no desenvolvimento humano e na sua aprendizagem, todavia, não é o único sentido capaz de reter conteúdos, estímulos e subsídios adequados para compreensão, desenvolvimento e busca da independência e autonomia do ser humano.

 

EDUARDO AZZINI

CREF: 071275-G/SP

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