A correlação entre o coração e o cérebro
Apesar de pouco difundida, há uma forte correlação entre a doença cardiovascular e a atrofia cerebral, e talvez essa ligação se faça mais óbvia entre a doença dos vasos sanguíneos (arteriosclerose) e o volume cerebral. A arteriosclerose ocorre quando placas de gorduras se acumulam dentro das artérias restringindo o fluxo de sangue na área comprometida.
Quando o fluxo de sangue para o cérebro é restrito, há menor oferta de oxigênio e nutrientes e isso implica diretamente na redução do volume cerebral. Estudos mostram que pessoas com níveis mais baixos de fluxo sanguíneo para o cérebro têm mais atrofia cerebral e menor espessura total do córtex (a camada superficial ativa do cérebro), resultando em pior desempenho nos testes de função cognitiva.
Quando comparados aos pacientes saudáveis (controles), os pacientes com doença arterial coronariana tiveram o volume significativamente menor de substância cinzenta em várias regiões do cérebro1. A relação entre as doenças cardiovasculares e o volume do cérebro funciona em ambas as direções: pessoas com atrofia cerebral possuem um aumento de 58% de risco de morte multicausal, 69% de risco de morte vascular e 96% de aumento de risco de acidente vascular cerebral em comparação com os indivíduos que possuem volume cerebral normal11. Todas as alterações referentes aos hábitos alimentares, uso de suplementos e atividades físicas que ajudem o coração, previnem também a arteriosclerose e irão, ao mesmo tempo, prevenir o envelhecimento do cérebro.