Não comer tarde da noite é bom para o cérebro

Segundo novas pesquisas, para os notívagos que sofrem de privação de sono, comer menos durante tarde da noite pode ajudar a reduzir o deficit de concentração e atenção que acompanham a privação do sono.

 

“Os adultos consomem cerca de 500 calorias adicionais durante o horário de fim de noite, quando estão com falta de sono”, o pesquisador sênior David F. Dinges, PhD, chefe da Divisão do Sono e Cronobiologia da Perelman School of Medicine, da Universidade da Pensilvânia (UPenn), Philadelphia, observou em comunicado.

 

“Nossa pesquisa descobriu que abster-se de calorias durante o fim de noite ajuda a prevenir um pouco do declínio neurocomportamental sentido pelos indivíduos com privação de sono”, afirmou Dinges.

 

Andrea Spaeth, PhD, do Centro de Sono e Neurobiologia Circadiana, da UPenn, que trabalhou no estudo com Namni Goel, PhD, da Unidade de Psiquiatria Experimental Psiquiatria, UPenn, apresentou os resultados em SLEEP 2015: Annual Meeting of the Associated Professional Sleep Societies (Encontro Anual da Sociedade dos Professionais Associados do Sono).

 

Os pesquisadores recrutaram 44 adultos saudáveis com idades entre 21 e 50 anos para participar do estudo, realizado no Laboratório de Sono e Cronobiologia no UPenn. Os pesquisadores deram aos participantes acesso ilimitado a alimentos e bebidas durante o dia, seguido por apenas 4 horas de sono por noite, durante 3 noites.

 

Na quarta noite, 20 participantes receberam contínuo acesso a alimentos e bebidas, e os outros 24 participantes só tiveram permissão de tomar água das 22:00 até às 04:00, quando então iam dormir. Em cada noite, às 2:00h, todos os participantes completaram uma série de testes para medir sua memória de trabalho, habilidades cognitivas, sonolência, nível de estresse e humor.

 

Na quarta noite, os indivíduos que ficaram sem comer tiveram melhor desempenho em testes de tempo de reação e menos lapsos de atenção do que o grupo que havia se alimentado durante as horas de fim de noite.

 

Além disso, os comedores noturnos mostraram tempos de reação significativamente mais lentos e mais erros de atenção na quarta noite de restrição de sono em comparação com as primeiras 3 noites, enquanto que os indivíduos que haviam jejuado não apresentaram essa queda de desempenho.

 

Possível medida de compensação

Este estudo sugere que o jejum tarde da noite, em curto prazo, “atenua a diminuição de desempenho na atenção vigilante causada pela restrição do sono”, disse a Dra. Spaeth.

 

Embora seja um pequeno estudo inicial, os dados sugerem que o horário de ingestão de alimentos pode ser usado como uma “possível medida de compensação” em determinadas situações, ela continuou.

 

Por exemplo, “para as pessoas em áreas que requerem atenção vigilante tarde da noite, como motoristas de caminhão, uma estratégia possível pode ser programar quando e quanto comer. Precisamos de mais estudos, mas é uma possibilidade interessante”.

 

Ela acrescentou: “Este estudo também defende que o sistema de sono e vigília interage com o de equilíbrio e energia, de modo que há troca de informação entre os dois sistemas”.

 

Comentando o estudo para o Medscape Medical News, Saul Rothenberg, PhD, psicólogo do sono comportamental em North shore-LIJ Sleep Disorders Center, Great Neck, Nova Iorque, disse “uma história tem se desenvolvido há vários anos sobre a conexão entre o intestino e o cérebro, e parece que um estado de maior necessidade metabólica está associado ao estado de estar alerta, enquanto que menor necessidade metabólica está associada ao estado de sonolência”.

 

“Esses resultados estão na direção geral esperada: comer pouco leva ao aumento do estado de alerta e pode compensar alguns dos efeitos da perda de sono”, disse Rothenberg.

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