Sorrir e pedalar é só começar

Pedalar está em alta. Mas ainda assim não podemos considerar a bicicleta uma febre, ela é um clássico. É parte importante da nossa vida e faz uma conexão com a nossa infância. Quem não se lembra do dia em que tiramos as rodinhas saboreando a conquista do equilíbrio?

No entanto, hoje com a preocupação ambiental, o estresse causado pelo trânsito e o desejo de cuidar do corpo e da mente, a bicicleta ganhou um novo status como meio de transporte e está se tornando uma atividade cada vez mais comum.

Não é à toa que a ONU (Organizações da Nações Unidas) já levantou sua bandeira em prol das ciclovias e elegeu a bicicleta como o transporte ecologicamente mais sustentável do planeta.  Uma visão de quem já percebeu que diferente de todos os desafios que temos na nossa sociedade como saúde e educação, a mobilidade urbana tende a piorar à medida que a população cresce.

Na contramão desse fluxo, cada vez mais pessoas estão aderindo à causa e se aventurando nas ciclovias de todo o mundo. Um número que se multiplica diariamente, deixando até mesmo os dados incertos e desatualizados. Pessoas que tinham um espírito de liberdade e a vontade de fazer diferente, que começaram pegando uma bike emprestada ou compartilhada e no mês seguinte decidiram comprar a sua própria magrela.

Essa facilidade em começar a pedalar é um incentivo que envolve a atividade e é um excelente caminho para quem quer começar, seja qual for a idade. Requer informações básicas e um baixo investimento.

Se você nunca pedalou informe-se sobre as diferentes modalidades dentro do esporte. É bem provável que você não enjoe de pedalar ou ache os treinos maçantes, e talvez até esqueça que está durante uma atividade física. Mas atenção! Controlar o entusiasmo é fundamental. Nada de sentir aquela juventude correndo nas veias e sair feito um louco pedalando longas distâncias. No dia seguinte provavelmente estará dolorido e talvez até machucado.

Para percursos maiores é preciso o mínimo de preparo. Comece com trajetos menores, mantenha regularidade e escolha o dia certo para esticar um pouco mais longe. Quando chegar ao seu destino, mantenha uma boa alimentação. Estes detalhes podem fazer a diferença entre chegar bem ou voltar empurrando.

 

Fique por dentro das principais modalidades

Speed

A modalidade Speed, ou ciclismo de estrada é uma modalidade de corrida e a mais tradicional dentro do esporte. No Brasil tem crescido muito, mas ainda está longe de chegar nos parâmetros dos países da Europa. Sua competição mais tradicional é o Tour de France, realizada anualmente desde 1903 e foi interrompida apenas durante as duas guerras mundiais. As bikes de speed, uma vez que são feitas para serem velozes, não são muito confortáveis e tem um valor mais alto, mas em compensação são mais leves e tem toda uma arquitetura voltada para o formato aerodinâmico.

Mountain bike

Comumente chamada de MTB, a modalidade é bem difundida no Brasil e a nossa geografia propicia trilhas incríveis. Existem muitas competições, inúmeros grupos e a ideia inicial aqui é adrenalina e diversão. Geralmente as trilhas ficam fora das cidades e o contato com a natureza acaba sendo um dos maiores atrativos do esporte. É bem possível que se você decidiu se aventurar seu condicionamento esteja em dia e sua bicicleta também. As manutenções serão mais frequentes, uma vez que as bikes acabam sendo castigadas pelas condições do terreno.

 

Passeio/Urbano

Sem dúvida essa é a modalidade de mais adeptos. É uma prática extremamente saudável e prazerosa. Geralmente nesse grupo estão pessoas que se propõe a passear de bike duas a três vezes por semana e aquelas que utilizam a bicicleta para se locomover no dia a dia, de casa para o trabalho, do trabalho para a academia e divide espaço com os automóveis. Aqui o importante é o conforto, equipamentos sofisticados não são o primordial, mas não dispense, paralamas, cestinhas no guidão e quadros mais baixos, com certeza facilitarão sua vida.

 

Hand Bikes

As hand bikes não chegam a ser uma modalidade, mas transmitem toda a acessibilidade do esporte. Elas são muito semelhantes às bicicletas reclinadas, mas com a diferença que tem 3 rodas. Essas bikes servem como solução para quem não pode usar as pernas para pedalar, e nesse caso, utiliza as próprias mãos para isso. O sistema de câmbio, freios e pneus segue o mesmo padrão das bikes comum, porém são instalados nas manivelas. Pode ser tanto na modalidade mountain bike ou na modalidade speed.

 

Benefícios para o corpo
A bicicleta já foi descrita como a máquina que melhor uso faz da energia humana. Quando seu corpo está pedalando não é só o meio ambiente que agradece. Se dirigirmos a atenção aos músculos é possível sentir o papel de cada um deles no movimento da pedalada.  Embora o exercício pareça que trabalha apenas os membros inferiores, pedalar envolve também a parte superior do corpo e os músculos do core (abdominal, glúteos, lombar e psoas-ilíaco).

Quando estamos pedalando, a  respiração fica mais acelerada e profunda, o oxigênio entra nos pulmões e no sangue. O coração também trabalha intensamente. Uma vez que as contrações cardíacas se tornam mais eficazes, o sangue chega mais rápido ao cérebro e a todos os músculos que estão trabalhando naquele momento, desencadeando assim a melhora das condições cardiovasculares.

 

Para quem resolveu aderir ao exercício sobre rodas, a prática frequente leva a diminuição do colesterol total e LDL (o colesterol ‘ruim’), além dos triglicerídeos. Outra vantagem é que com a diminuição da glicemia há um maior controle do diabetes.

Não é à toa que pedalar é  um dos exercícios mais indicado para crianças e idosos, e outro grande benefício é em relação à coordenação motora, já que para se equilibrar é preciso coordenar os movimentos de pernas e mãos junto com equilíbrio do corpo. A bike também é uma excelente aliada para quem quer perder peso. Uma hora de pedalada intensa tem um alto gasto calórico e como não há impacto nas articulações, consegue-se pedalar mais tempo, sem sentir desconforto ou dor do que outros exercícios. Corpo e mente em equilíbrio a imunidade se eleva e o corpo fica mais forte para combater infecções e bactérias.

 

Benefícios para a mente
A liberdade é uma das primeiras palavras para descrever a sensação de andar de bicicleta de quem ama o esporte. Como veículo, a bicicleta permite um maior contato com a natureza e com as pessoas. O hábito de andar de bicicleta reduz o nível de estresse, melhora os transtornos de ansiedade e depressão, além de gerar um relaxamento.

Ao pedalar liberamos hormônios que ajudam e promovem sensação de prazer e bem-estar. É comum vermos pessoas que voltam a pedalar, depois de muitos anos, dizendo que andar de bicicleta trouxe de volta o lado criança, e a possibilidade de conhecer novas pessoas e fazer novos laços.

Pedalar sozinho também pode aguçar a concentração, reflexão e o autoconhecimento. Fora dos grupos, pedalar é uma atividade solitária, requer metas individuais de superação e uma boa dose de força de vontade. Encarar um dia com um vento um pouco mais forte, pode ser uma excelente preparação para lidar com os problemas do cotidiano.

 

BIKE ANJOS

 

E para quem ainda está com dúvidas de como pedalar, uma rede de voluntários ajuda as pessoas a pedalarem com segurança nas ruas. Os Bike Anjos surgiram no fim de 2010 em São Paulo e Recife foi a segunda cidade do Brasil a ter esse serviço. A ideia do projeto é acompanhar o iniciante nos seus primeiros trajetos, ensinando noções básicas de trânsito e como se comportar quando estiver em cima da bicicleta. Um incentivo a mais para quem quer começar. Ciclistas mais experientes também podem se tornar um “BikeAnjo”, basta cadastrar-se no site: www.bikeanjo.com.br. O serviço é gratuito e para pessoas de todas as idades. Então, se você precisa de um empurrãozinho para pedalar, chame um Bike Anjo!

 

Pedale em grupo

Os benefícios em pedalar não param por aí. Além de ser excelente para o corpo, para o meio ambiente e para a mente, o ciclismo tem um lado de socialização bem interessante. Muitos são os casos de pessoas que além de melhorar seu condicionamento físico passaram a integrar grupos de pedal e levaram a amizade para fora dali.

“Em maio deste ano resolvi pedalar em grupo, achei que poderia ser mais seguro e também divertido, e de fato foi. Sair para pedalar em turma foi uma verdadeira terapia”- conta Bárbara Silveira, 39 anos, que começou a pedalar após um divórcio conturbado. A insegurança das cidades é um fator determinante para a reunião desses ciclistas, um número maior de pessoas proporciona segurança e visibilidade. Este é de fato um grande impulsionador dos grupos que pedalam durante a noite, quando o trânsito é menor e fica mais fácil reunir os amigos.

Um dos grupos mais antigos de São Paulo é o “Saia na Noite”. Com 20 anos e formado só por mulheres, o grupo consegue reunir inúmeros participantes nas noites de terça-feira, homens até podem participar, mas não pode dar pitaco!

Para cada tribo existe um grupo. A variedade é tanta que todos os dias da semana é possível tirar a bicicleta da garagem. São grupos de treino, grupos para a família, para casais, grupos de bairros, ou de final de semana

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