Zinco e Magnésio aumentam o nível de testosterona?
Zinco e magnésio são outros dois fortes candidatos a anabólicos naturais, de acordo com as marcas de suplementação. Esta dupla faz par com a vitamina B6 num dos suplementos mais populares para aumentar a testosterona: o ZMA.
Neste artigo vamos analisar os estudos científicos publicados a respeito do zinco e do magnésio com relação ao seu efeito nos níveis de testosterona.
Zinco aumenta testosterona?
É verdade que o zinco está envolvido na produção de testosterona. Vários estudos encontraram uma relação diretamente proporcional entre baixos níveis de zinco e baixos níveis de testosterona.
Num desses estudos, idosos com deficiência de zinco conseguiram aumentar os seus níveis de testosterona após se terem suplementado durante 6 meses com este mineral.
Noutro estudo, desta vez realizado com jovens sedentários, a suplementação com zinco durante 4 semanas voltou a demonstrar ser capaz de aumentar os níveis de testosterona livre.
Num estudo realizado com 10 praticantes de wrestling, a suplementação com zinco durante 4 semanas foi capaz de aumentar significativamente os níveis de testosterona livre nos atletas. A dose utilizada foi de 3 mg por cada quilo de peso corporal.
Num estudo recente realizado com ciclistas, a suplementação com zinco mostrou pouco fazer por aqueles que consomem uma dieta suficiente em zinco.
O papel do zinco na manutenção dos níveis de testosterona pode dever-se ao facto de os receptores androgênicos possuírem sítios onde o zinco se pode ligar. Uma deficiência de zinco pode reduzir a expressão dos receptores androgênicos e, por conseguinte, a síntese de testosterona nas células.
Magnésio aumenta testosterona?
Foi sugerido que o magnésio pode ter algum contributo na síntese proteica. As primeiras indicações de que o magnésio parece influenciar os níveis de testosterona datam de 1992.
Neste estudo, os investigadores descobriram que a suplementação com 8mg / kg de magnésio durante 7 semanas levou ao aumento dos níveis de testosterona. Nota: o estudo foi realizado com indivíduos sem experiência de treino.
Numa investigação publicada em 2011 realizada com 30 jovens (10 sedentários e 20 praticantes de tae-kwon-do), foi registado que a suplementação com 10mg de magnésio por quilo de peso corporal durante uma semana resultou no aumento dos níveis de testosterona dos atletas que consumiram o suplemento.
Também em 2011 foi demonstrado que o magnésio pode ajudar a elevar não só os níveis de testosterona como também os níveis de IGF-1 de idosos com uma média de idades de 74 anos.
Análise dos dados
Olhando para todos os estudos supracitados, constatamos que o grupo de indivíduos que participa na maioria deles se encaixa num destes quadros:
a) indivíduos sedentários;
b) idosos (logo, com os níveis de testosterona naturalmente abaixo do normal);
c) indivíduos com deficiências alimentares.
Conclusão
A investigação científica é relativamente sólida para podermos afirmar que zinco e magnésio parecem contribuir para a produção de testosterona. A deficiência de algum destes minerais conduzirá a uma diminuição dos níveis normais de testosterona.
Contudo, se a ingestão de magnésio e de zinco for suficiente, como é esperado ser o caso da maioria das pessoas que praticam musculação ou outros desportos e pratiquem uma alimentação equilibrada e sólida, a suplementação adicional com zinco e magnésio não deverá ser capaz de aumentar os níveis de testosterona acima do normal esperado.
Confirmação disso é o estudo publicado em 2009 no European Journal of Clinical Nutrition, onde a suplementação com zinco não teve nenhum impacto nos níveis de testosterona de jovens com experiência de treino que praticavam uma dieta rica em zinco e magnésio.
A maioria dos indivíduos fisicamente ativos pratica uma dieta suficiente em zinco e magnésio, o que significa que estes minerais pouco podem fazer pelos seus níveis de testosterona. As mulheres, em geral, consomem menos quantidades de zinco e magnésio, devido ao facto de comerem menos do que os homens.
Deficiências de zinco e magnésio podem também ser encontradas em atletas que praticam desportos que exigem restrições de peso corporal (artes marciais, por exemplo).