Relação entre dor crônica e falta de sono

“Eu não vou ser capaz de lidar com a minha dor se eu não dormir bem”- pesquisa da Universidade de Warwick revela que a maneira como os pacientes com dor crônica pensam em dor e sono leva à insônia e má gestão da dor.

 

Pesquisadores do Laboratório do Sono e da Dor do Departamento de Psicologia demonstraram que condições como dor nas costas, fibromialgia e artrite estão diretamente ligadas aos pensamentos negativos sobre insônia e dor, e isso pode ser gerido de forma eficaz por Terapia Cognitiva Comportamental (TCC).

 

Esther Afolalu e seus colegas elaboraram uma escala pioneira para medir crenças sobre o sono e a dor em pacientes com dor de longo prazo, juntamente com a sua qualidade de sono – primeira pesquisa que combina dor e sono e explora o ciclo vicioso entre os seus respectivos problemas.

A escala foi testada em quatro grupos de pacientes que sofriam de dor e padrões ruins de sono em longo prazo e os resultados mostraram que as pessoas que acreditam que não são capazes de dormir por causa da sua dor estão mais propensas a sofrer de insônia, causando assim a piora da dor.

 

Os resultados mostram que a escala foi fundamental na previsão de níveis de insônia e dor dos pacientes. Com melhora no sono, problemas de dor são reduzidos significativamente, especialmente depois dos pacientes terem recebido um breve curso de TCC, tanto para dor quanto para insônia.

 

O estudo forneceu aos terapeutas meios para identificar e monitorar os pensamentos rígidos sobre sono e dor que exercem interferencia no sono, permitindo a aplicação da TCC, método comprovadamente eficaz para insônia em pessoas com dor crônica.

 

Esther Afolalu explica: “Tratamentos psicológicos atuais para a dor crônica têm sido focados, em sua maioria, no gerenciamento da dor e tido menor ênfase no sono, mas há um interesse recente no desenvolvimento de terapias para enfrentar ambos os problemas de dor e sono simultaneamente. Essa escala fornece uma ferramenta clínica útil para avaliar e monitorar o progresso do tratamento durante estas terapias.”

 

Dr. Nicole Tang, autor principal do estudo, comenta: “Os pensamentos podem ter um impacto direto e/ou indireto na nossa emoção, comportamento e até mesmo fisiologia. A maneira como pensamos sobre o sono e a sua interação com a dor pode influenciar o modo como lidamos com a dor e gerenciamos a insônia. Com base na experiência clínica, enquanto algumas dessas crenças são saudáveis e úteis, outras são rígidas e equivocadas. A nova escala, PBAS, é desenvolvida para nos ajudar a identificar essas crenças que têm um potencial papel no agravamento da experiência da insônia e da dor”.

‘Desenvolvimento de crenças e atitudes sobre o sono (ABP) Escala para a avaliação e tratamento da insônia comórbida com dor crônica’ é publicado no Jornal de Medicina Clínica do Sono.

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