A conscientização sobre o uso do protetor solar para garantir uma pele sempre saudável faz diferença e muitas pessoas estão constantemente de olho para não errar na hora de aplicar o produto. Porém, alguns maus hábitos, que podem passam despercebidos, persistem e chegam a comprometer a eficácia do filtro solar, deixando a pele desprotegida.
Um dos erros mais comuns é se lembrar de usar o protetor solar apenas no verão, quando vai à praia ou à piscina. Dermatologistas são enfáticos ao afirmar que o uso diário de protetor solar é fundamental durante todas as estações do ano, independente do clima do dia.
Segundo a dermatologista Selma Cernea, do Hospital Israelita Albert Einstein (SP), a exposição da pele aos raios solares sem o uso adequado de protetor solar pode provocar diversos problemas, que vão desde o surgimento de manchas, ressecamento, perda da elasticidade e envelhecimento precoce até o desenvolvimento doenças graves.
“A aplicação de filtro solar funciona como uma barreira à penetração dos raios ultravioleta, que podem provocar uma série de alterações”, explica ela.
Não escolher o protetor solar adequado para o seu tipo de pele
Optar entre os diferentes tipos de protetores solares – que podem ser encontrados em forma de creme, gel, spray e sérum – e definir o Fator de Proteção Solar (FPS) ideal é muito importante para a saúde da pele. É preciso levar em consideração fatores como o tipo e o tom da sua pele, além da idade e tendência a problemas dermatológicos, como manchas e acne.
“Para proteção da pele do corpo, as loções cremosas são as mais adequadas. Se houver muitos pelos, o uso de spray facilita a aplicação. No rosto, o filtro solar deve ser escolhido de acordo com o tipo de pele. Se ela for oleosa, o uso de gel, gel-creme ou loção oil-free é mais adequado. Para pele seca, é mais indicado o uso de creme”.
Já quando a questão é a escolha do FPS do filtro solar, quanto mais escuro o tom da pele, maior a quantidade de melanina produzida por ela e, consequentemente, maior a proteção natural contra os danos do sol. Portanto, quanto mais clara a pele, maior será o Fator de Proteção Solar indicado a ela. O ideal é consultar um dermatologista para que o profissional possa determinar o FPS correto. Mas sempre tenha em mente: tanto peles claras quanto escuras precisam se proteger do sol com o uso de filtro solar!
Não reaplicar corretamente o protetor solar
Outro erro comum no uso de filtro solar é reaplicação incorreta do produto. Muitas pessoas acreditam que não é necessário reaplicar protetores solares, que hoje em dia são resistentes à água, e passam muitas horas seguidas expostas ao sol, transpirando e se molhando, sem passar novamente o produto.
“É um erro só aplicar protetor solar quando se chega à praia. É necessário reaplicar o filtro de 2 em 2 horas, principalmente quando você está transpirando e tendo contato com a água. Os produtos saem mais facilmente nesses casos. Mesmo os protetores feitos para a prática esportes, que têm fixação maior, não conseguem se manter na pele por tanto tempo se a pessoa ficar longos períodos na água”.
Usar apenas maquiagem com filtro solar
Existem no mercado diversos tipos de maquiagens com proteção solar, que são ótimas opções para aumentar a proteção diária da pele, mas que não dispensam o uso do filtro solar. Dermatologistas indicam que a maquiagem com Fator de Proteção Solar seja usada sempre por cima do filtro solar.
Esquecer de proteger certas áreas do corpo
Muitas pessoas têm o costume de aplicar protetor solar apenas nas partes mais óbvias do corpo, negligenciando áreas mais “escondidas’, como nuca, axilas, orelhas, mãos e pés.
Segundo o dermatologista Leonardo Spagnol Abraham, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, o protetor solar deve ser utilizado todos os dias antes da exposição solar em toda a pele que terá contato direto com raios solares. “Qualquer área que poderá ser exposta diretamente ao sol deve ser protegida com o filtro solar. Não podemos esquecer da orelha, nuca e colo”, diz ele, lembrando que olhos também devem ser protegidos com uso de óculos escuros com proteção UV.
Vale lembrar que apesar de alguns tecidos funcionarem como uma barreira, protegendo a pele dos raios solares, o protetor solar ainda deve ser usado já que essa proteção depende de diversos fatores como tipo de tecido, densidade da trama e cor, por exemplo.
Na praia ou na piscina essa recomendação se faz ainda mais importante. A dermatologista Daniela Lemes recomenda que quando na praia ou na piscina, o ideal é passar o protetor antes de vestir a roupa de banho. “Você deve passar o filtro sem o biquíni ou maiô, pois a roupa de banho pode sair do lugar e causar uma queimadura em área em que você não aplicou o protetor”, explica ela.
Negligenciar o couro cabeludo também é um erro grave: “O couro cabeludo, principalmente de homens calvos, precisa de tanta proteção solar quanto o resto da pele. Essa área é muito incidente de câncer de pele basocelular na idade adulta. Pessoas com pouco cabelo ou cabelo fininho devem colocar um chapéu ou boné para proteger o couro cabeludo”, indica a dermatologista.
Economizar na quantidade de protetor solar
A aplicação muito econômica de protetor solar, utilizando pequenas quantidades do produto, também pode comprometer sua eficácia.
Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia, a quantidade de protetor solar indicada para cada parte do corpo é:
uma colher de chá de protetor solar no rosto, no pescoço e na cabeça
uma colher de chá de protetor para a parte da frente do tronco e outra para a parte de trás
uma colher de chá para cada braço
uma colher de chá para a parte da frente de cada perna e outra para a parte de trás de cada perna.
Segundo recomendação da SBD, a aplicação do filtro deve ocorrer entre 20 e 30 minutos antes da exposição ao sol. Entretanto, alguns produtos disponíveis atualmente no mercado apresentam ação imediata. Esse diferencial vem sinalizado no rótulo.
Produto vencido
A dermatologista Selma Cernea lembra também que é fundamental verificar a data de validade do protetor solar. Muitas pessoas têm o costume de guardar o produto após o fim do verão para resgatá-lo apenas no ano seguinte, sem checar se o produto está vencido.
O primeiro problema nessa situação é que usar protetor solar é obrigatório durante todo o ano. Além disso, o produto vencido pode trazer riscos diversos para a saúde: quando filtros solares estão fora do prazo de validade, além do índice de proteção diminuir e não proteger a pele adequadamente, ainda há risco de que seu uso desencadeie problemas de pele como dermatite de contato, inchaço, bolhas e vermelhidão. Isso porque esses produtos possuem em sua formulação compostos que são passíveis de degradação.
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