As sete falácias do envelhecimento

Algumas pessoas tornam-se incrivelmente confusas sobre o esforço para se eliminar o envelhecimento, que veem como um processo nebuloso, mal definido. Refiro-me ao conceito de extensão de vida radical, quando o envelhecimento como um processo é abolido. Eu não estou me referindo à longevidade saudável simples (o esforço para viver uma vida saudável até que o tempo de vida máximo atual de 110 a 120 anos). Aqui estão alguns equívocos comuns:

 

  1. A falácia das palavras

 

Eliminando o envelhecimento nos tornaremos ‘imortais’ e viveremos para sempre.

Não, não viveremos para sempre. Se eliminarmos o envelhecimento como uma causa de morte, poderemos ser capazes de viver um tempo indeterminado (não infinito), até que outra coisa nos mate. Mesmo em um mundo sem envelhecimento, a morte pode acontecer a qualquer momento (com idade de 10, 65 ou 1003) e por qualquer motivo (um tiro na cabeça, malária, afogamento). Se conseguirmos eliminar o envelhecimento como uma causa de morte, a única coisa certa seria que não necessariamente morreríamos quando atingíssemos o limite atualmente máximo de vida útil de cerca de 110 a 120 anos. Nós, certamente não viveremos para sempre, porque outra coisa nos matará, mais cedo ou mais tarde. Nossos órgãos não podem ser reparados se perecerem em uma explosão nuclear, por exemplo, ou em um incêndio. Alguns estatísticos têm mencionado que, sem o envelhecimento, poderemos ser capazes de viver até 1700 ou 2000 anos, em média, antes que a morte ocorra devido a algum outro dano catastrófico. Este é um longo tempo, mas não é “para sempre”.

 

  1. A falácia dos números

 

Eliminando-se o envelhecimento resultará na superpopulação.

Não. Isto é baseado num pensamento ingênuo. O envelhecimento acontece porque precisamos reproduzir. Ou, precisamos reproduzir porque envelhecemos. Se o envelhecimento é eliminado, a necessidade de reprodução irá também ser amplamente eliminada. É, um argumento recíproco, cíclico.

 

  1. A Falácia da solidão

 

“Não quero viver dramaticamente por mais tempo porque não gostaria de testemunhar a morte de toda minha família e amigos.”

Se você viver mais tempo, porque o envelhecimento foi eliminado, então a sua família e amigos também viverão.

 

  1. A Falácia da pílula

 

O envelhecimento será eliminado através de comprimido (ou uma combinação de comprimidos, injeções, algo físico).

Não será. Será sim eliminado por meio de uma mudança no direcionamento da evolução humana, quando milhares de milhões de seres humanos continuam a se conectar com a tecnologia (ou através de outros meios globais e tecnologicamente dependentes). Como o direcionamento geral da evolução é relativo a um estado mais complexo que nos faz mais bem adaptados ao nosso ambiente, chegaria um momento em que o nosso meio ambiente hipertecnológico selecionaria a longevidade individual em vez de envelhecimento e degeneração, como uma situação mais eficiente termodinamicamente.

 

  1. A Falácia de dinheiro

 

A investigação sobre a eliminação do envelhecimento não progride com rapidez devido à falta de financiamento adequado.

Não, o financiamento não é o principal gargalo. O principal problema é a adoção generalizada da abordagem errada. A ideia de que o envelhecimento pode ser eliminado através da intervenção farmacológica remonta ao tempo dos alquimistas. Ela não tem lugar em uma sociedade moderna, altamente tecnológica e intelectualmente sofisticada, e certamente não ao desafiar um processo tão fundamental como o envelhecimento.

Assim, esta ideia é redutiva ao invés de integrativa.

O envelhecimento pode ser eliminado quando a causa de sua presença é removida: ele acontece porque dentro de uma tendência de se progredir a partir do simples ao complexo, a evolução selecionou a reprodução (e, portanto, o envelhecimento) como um mecanismo para maximizar o uso dos recursos termodinâmicos e, assim, garantir a sobrevivência da espécie.

 

  1. A falácia do elitismo

 

Apenas algumas pessoas ricas terão acesso ao tratamento.

Esta é uma combinação das falácias número 4 e 5, uma falácia baseada em falácias. As pessoas que se adaptam e se encaixam dentro de um ambiente tecnológico em movimento abrangente terão mais chances de sobreviver. O dinheiro é irrelevante. O que é relevante é o esforço intelectual e engajamento agressivo com o nosso meio ambiente (hiperconectividade é um exemplo). Se um grande número de pessoas (na ordem de centenas de milhões) se engajarem ativamente com o ambiente cada vez mais tecnológico, não haveria razão para idade/reproduçaõ com as taxas atuais, como a sobrevivência pode ser assegurada através do indivíduo, em vez da espécie. Portanto, não poderia haver segredos sobre o processo, devido ao fato de que uma parte significativa da humanidade deve necessariamente participar.

 

  1. A falácia da fragilidade

 

Viver dramaticamente mais significará uma vida longa com doenças debilitantes.

Os dois conceitos são mutuamente exclusivos. Uma vida sem envelhecimento necessariamente significa uma vida sem degeneração relacionada à idade. Você não pode ter um sem o outro.

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