Casar ou não casar: será que a ciência pode ajudar?

Aplicativos de namoro, encontro às cegas e outros eventos focam em uma coisa: tentam nos impedir de ficar sozinhos. Encontrar um(a) parceiro(a) para se casar tornou-se mais uma escolha social do que uma necessidade… Apostar na união para trazer-lhe felicidade? Uma aposta arriscada.

 

Agora, um estudo apresentado na 124a Convenção Anual  da American Psychological Association, em Denver, Colorado, sugere que as pessoas solteiras podem levar uma vida mais gratificante do que as casadas.

 

“A preocupação com os perigos da solidão pode obscurecer os benefícios profundos do estado de privacidade ou solitude”, afirmou Bella DePaulo, autora do estudo e cientista da Universidade da Califórnia, Santa Barbara, em um comunicado.

 

DePaulo, que estudou a ‘vida solteira’ por cerca de duas décadas, percebeu que a sabedoria convencional sobre pessoas solteiras pode estar errada. Contrariamente à crença popular, as pessoas solteiras não são isoladas, e sim mais propensas a apoiar, visitar, aconselhar, e ficar em contato com seus pais, irmãos, amigos, vizinhos e colegas de trabalho. No entanto, quando as pessoas se casam, elas se tornam mais insulares, talvez confiando mais no(a) parceiro(a) do que numa rede social.

 

Depois de analisar mais de 800 estudos, DePaulo chegou à conclusão de que a maioria deles não examinou as pessoas solteiras, mas sim utilizou-as como um grupo de comparação para saber mais sobre as pessoas casadas e o casamento em geral. No entanto, os estudos que se concentram em pessoas solteiras resultaram em algumas descobertas reveladoras. Pesquisa comparando as pessoas que permaneceram solteiras com as que permaneceram casadas concluiu que as solteiras têm um sentido mais elevado de autodeterminação, e são mais propensas a experimentar “um sentimento de contínuo crescimento e desenvolvimento como indivíduo”.

 

Um estudo separado observou que as pessoas solteiras mais autossuficientes eram menos prováveis de experimentar emoções negativas. Entretanto, para as pessoas casadas, o oposto era verdade: quanto mais um parceiro ou ambos gostam de lidar com as coisas por conta própria, mais provável a existência de sentimentos negativos.

 

Com base no número de leis ou hábitos sociais que beneficiam as pessoas casadas, DePaulo acredita que elas deveriam estar muito melhor do que as pessoas solteiras:

“As pessoas que se casam têm acesso a vários benefícios e proteções federais, muitos deles financeiros”.

 

Então, isso significa que não devemos dizer “Sim”? Não necessariamente.

 

A verdade é que o casamento não é para todos, e nem a escolha de ficar solteiro. Isto poderia significar apenas que muitas pessoas casadas desejariam estar lidando com as coisas por conta própria, e se sentiriam mais felizes se estivessem solteiras. Afinal, o casamento é um negócio arriscado, com cerca de 50 por cento dos casamentos terminando em divórcio, de acordo com os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (EUA).

 

Lembre-se, a grama é sempre mais verde do outro lado, especialmente quando se trata de amor.

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