Enxaqueca associada a certos Metais pesados e Deficiência de Minerais

Descobrir a causa de uma enxaqueca pode ser complicado. Os possíveis desencadeantes além de serem difíceis de encontrar, muitas vezes levam a lugar algum. Um novo estudo descobriu que certos metais pesados estão ligados à enxaqueca, juntamente com deficiências de determinados minerais.

 

Para milhões de pessoas, a enxaqueca pode não só ser grave, mas também misteriosa. Quando uma pessoa tenta conectar a sua enxaqueca com algo que pode ter comido ou feito, ela está procurando por algo tipicamente chamado de gatilho, o que não é necessariamente a causa, mas pode ter relação – especialmente se houver repetição antes de cada enxaqueca.

Um indicador de diagnóstico metabólico é melhor do que um gatilho. Isso poderia ser, por exemplo, através do nível de açúcar no sangue em jejum, nível de PCR (Proteína C Reativa) elevado durante um tempo com enxaquecas recorrentes, ou alguma outra medida de diagnóstico.

A razão pela qual os indicadores de diagnóstico podem ser mais importantes do que os gatilhos é porque eles também podem nos permitir a compreender a causa metabólica – e uma possível solução para a condição -, assim contrastando com um gatilho, onde uma solução potencial seria somente removê-lo, mas não chegar à raiz do problema.

Remover um gatilho pode levar a contínuas enxaquecas seguindo outros gatilhos, podendo se tornar um processo interminável e deixando algumas pessoas durante décadas sem uma solução. Mas descobrir um indicador de diagnóstico nos ajudará a determinar uma estratégia de maior escala para, nesse caso, remover a enxaqueca.

 

Uma nova pesquisa da Universidade Yuzuncu Yil, Turquia, utilizou um indicador de diagnóstico para descobrir a potencial associação entre metais pesados, minerais e enxaquecas. A ferramenta de diagnóstico é bastante simples: Uma análise de sangue usando a espectrofotometria de absorção atômica.

 

Os pesquisadores testaram 50 pessoas – 25 das quais tinham sido diagnosticadas com enxaqueca. As outras 25 pessoas eram indivíduos saudáveis servindo de controle. Nenhum dos participantes estava tomando quaisquer suplementos antioxidantes ou multivitamínicos. Além disso, nenhum fumava, possuía dependência de álcool ou drogas, doença hepática ou renal, condição cardíaca ou inflamatória.

Aqueles que sofriam de enxaquecas foram admitidos no hospital e receberam um programa de diagnóstico e tratamento consistente com as recomendações da Sociedade Internacional de Cefaleia.

 

Os pesquisadores descobriram que os pacientes com enxaqueca tinham níveis significativamente mais elevados de certos metais pesados em comparação com o grupo controle saudável. Os metais pesados encontrados em níveis mais elevados entre os pacientes com enxaqueca foram:

 

Cádmio: O grupo de enxaqueca apresentou uma média de .36 microgramas por decilitro (ug/dl), em comparação com uma média de 0,09ug/dl entre os controles saudáveis. Isso significa que os pacientes com enxaqueca tinham, em média, quatro vezes mais cádmio no sangue em comparação com o grupo controle.

Ferro: Os pacientes com enxaqueca tiveram uma média de 0,97ug/dl deste mineral – às vezes considerado um metal pesado – em sua corrente sanguínea. Enquanto isso, os controles saudáveis haviam, em média, menos da metade desse valor, ou seja, 0,48ug/dl.

Chumbo: Os pacientes com enxaqueca tiveram uma média de 1,48ug/dl de chumbo em sua corrente sanguínea. Os controles saudáveis tinham uma média de 0,70ug/dl – novamente menos da metade dos níveis dos pacientes com enxaqueca.

Manganês: O manganês é considerado tanto um mineral como um metal pesado – como todos os itens acima – dependendo dos níveis encontrados. Em pessoas saudáveis eles são normalmente encontrados em quantidades minúsculas. Os participantes que sofriam de enxaqueca apresentaram uma média de 2,30ug/dl de manganês e os controles saudáveis tinham níveis de 0,62 em sua corrente sanguínea. Isto significa que os pacientes com enxaqueca tiveram quase quatro vezes os níveis de manganês encontrados no grupo saudável.

 

O estudo também descobriu que os pacientes com enxaqueca possuíam deficiências notáveis em certos minerais. Aqui seguem os mais proeminentes:

 

Cobre: Os pacientes com enxaqueca tiveram uma média de 4,63ug/dl de cobre no sangue. Enquanto isso, o grupo saudável apresentou uma média de 8,90ug/dl, significando que o grupo saudável tinha quase o dobro dos níveis deste importante mineral.

Magnésio: O grupo enxaqueca tinha uma média de 10,58ug/dl deste importante mineral na corrente sanguínea. Enquanto isso os controles saudáveis tinham uma média de 34,51ug/dl no sangue. Portanto, os controles saudáveis tinham cerca de 350% mais – ou três vezes e meia – níveis de magnésio no sangue em comparação com os participantes com enxaqueca.

Zinco: Os pacientes com enxaqueca tiveram uma média de 0,24ug/dl. Isto contrastou fortemente com o grupo saudável, que tinha uma média de 5,77ug/dl de zinco na sua corrente sanguínea. Isto significa que o grupo saudável teve mais de 24 vezes os níveis de zinco no sangue em comparação com os sofredores de enxaqueca!

 

O equilíbrio mineral é crítico para a saúde. Muitos estudos têm relacionado numerosas condições tanto com a toxidade através de metais pesados quanto com a deficiência de determinados minerais. Como mencionado acima, os elementos considerados metais pesados estão presentes na maioria dos alimentos naturais e pessoas saudáveis, mas em quantidades muito pequenas. Eles são, portanto, considerados micro minerais dentro do contexto do nosso corpo.

Outros minerais – tais como o cálcio, magnésio, zinco e outros – são considerados macro minerais, pois o nosso corpo requer maiores quantidades deles. Ambos são utilizados no corpo para numerosas funções, incluindo as funções das enzimas e a produção de hormônios, neurotransmissores e muitos outros. Alguns minerais – tais como o cálcio e magnésio – também são usados pelas células nervosas para facilitar a transmissão de impulsos eléctricos.

Curiosamente, quando o corpo é deficiente de um determinado tipo de mineral, o metabolismo o substitui por outro tipo (com uma configuração atômica semelhante) para a função em questão, o que frequentemente conduz à supressão do metabolismo e resulta em mais inflamações, maior fadiga e estresse – e, agora podemos dizer – um maior risco de enxaquecas.

Outros estudos têm confirmado que muitas condições – incluindo o câncer, distúrbios do espectro autista ou cerebrais -,  estão relacionadas com toxicidade de metais pesados e deficiências minerais. Pesquisas já ligaram os metais pesados ao aumento do dano oxidativo – que estão ligados a várias doenças.

Também está incluso as doenças arteriais, desde que níveis elevados de cádmio têm sido associados a artérias espessas e aterosclerose. Obviamente, pode-se relacionar diretamente com enxaquecas, pois estão associadas à deficiente microcirculação, especialmente em torno da região do cérebro e pescoço.

Com relação aos distúrbios cerebrais, especificamente, o chumbo tem sido associado ao câncer de cérebro bem como outros problemas, pois ele atravessa facilmente a barreira hematoencefálica.

 

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