Leia o rótulo: A realidade do ‘Gluten-Free’

Vendo as palavras “SEM GLÚTEN” estampada em uma caixa de biscoitos e bolachas não significa luz verde para uma vida mais saudável. Agora que a disponibilidade de alimentos processados sem glúten está legitimada em cadeias “comuns” de supermercado, e que as ofertas de produtos sofreu grande expansão, a desinformação sobre estes alimentos antialérgicos é crescente.Ah, sim, grandes empresas de alimentos embalados estão ouvindo o grito de sereia dos clientes por mais alimentos sem glúten. Mas como a história das empresas alimentícias ensina, a demanda pode gerar oferta inferior (a partir de uma perspectiva saudável).

À medida que mais compradores empurram seus carrinhos de supermercado com biscoitos e massas sem glúten, mercearias e supermercados expandem seus corredores ‘livres de glúten’. De acordo com uma pesquisa realizada pelo grupo NPD em janeiro de 2013, cerca de 30% dos adultos nos Estados Unidos informou estar tentando reduzir ou excluir o glúten da sua alimentação.

 

Apesar do fato de que uma dieta sem glúten seja benéfica apenas para pessoas alérgicas ou intolerantes ao glúten, muitos veem os alimentos sem glúten como mais saudáveis e associados com a perda de peso. A verdadeira verdade: ser livre de glúten não equivale a ser livre de açúcar, ou ser saudável, magro, ou conter baixo teor de gordura. Na verdade, os alimentos sem glúten, muitas vezes podem ser menos saudáveis e mais caros. Você precisa fazer o que é melhor para a sua saúde e seu orçamento – então aqui está o diretório ‘sem glúten’:

 

O glúten é uma proteína encontrada em grãos de cereais de trigo, cevada, centeio e 3 milhões de americanos – cerca de 1 em cada 133 – possui a doença celíaca e não digere corretamente esta proteína. O único tratamento que existe para aqueles com doença celíaca é uma eliminação ao longo da vida de alimentos que contenham glúten. Os sintomas clássicos da doença celíaca incluem cólicas abdominais, distensão e inchaço do estômago, diarreia crônica ou prisão de ventre, anemia e perda de peso sem motivo, ou ganho de peso. Se você suspeitar que tem a doença celíaca, consulte o seu médico, que pode pedir um exame de sangue que irá fornecer uma resposta definitiva.

 

Sem glúten não significa caloria saudável ou baixa. Muitas vezes é o inverso. Se você compara umpretzel tradicional com um sem glúten, vai notar que o pretzel sem glúten têm níveis mais elevados de gordura e açúcar. A maioria dos alimentos sem glúten são feitos de carboidratos refinados, que têm poucos nutrientes, e pior, elevam o açúcar no sangue em níveis insalubres. No entanto, um estudo de 2009 descobriu que alternando produtos à base de grãos aumentou-se o consumo de nutrientes do alimento. Para obter os melhores resultados de saúde: procure alimentos sem glúten, mas também sem açúcares, sem xaropes e sem substitutos simples de carboidratos.

 

A dieta sem glúten pode levar a deficiências nutricionais. Um estudo de 2012 analisou a ingestão nutricional de um grupo de pacientes que estavam em uma dieta livre de glúten por mais de dois anos, em comparação com um grupo recentemente diagnosticado. Descobriram que as insuficiências da dieta são comuns em pessoas seguindo uma dieta livre de glúten. Nutrientes específicos de preocupação para alguns incluíram a tiamina, folato, vitamina A, magnésio, cálcio e ferro. Tome um multivitamínico se você se alimenta sem glúten.

 

Se feito corretamente, uma dieta livre de glúten pode ser nutritiva. O principal objetivo de uma dieta nutritiva livre de glúten é selecionar os alimentos com grãos ‘inteiros’ ou integrais. Os cereais integrais são parte importante de uma refeição bem equilibrada, porque fornecem uma boa fonte de vitaminas, minerais e fibras. Algumas boas opções de alimentos de grãos integrais incluem a pipoca (ar estalado), arroz integral, aveia sem glúten certificada, quinoa e trigo-sarraceno. A chave: selecionar alimentos integrais, que contenham nutrientes benéficos e evitar alimentos embalados altamente processados.

 

Então, se você quiser experimentar, faça: se lhe fizer sentir mais saudável, mantenha-a, mas em todos os casos evite os cinco criminosos alimentares – carboidratos simples, açúcares e xaropes adicionados e gorduras trans.

Dra. Ritz

Médica e atleta fisiculturista, realiza palestras por todo o Brasil, divulgando o envelhecimento saudável, a longevidade e a busca por uma vida mais plena e produtiva. Serve de exemplo e estímulo para os seus pacientes, que buscam em sua pessoa, uma fonte de conhecimento, inspiração e exemplo de vida.

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