É preciso uma certa dose de ousadia para amar!
O amor é um ato de coragem, a atitude de tirar um pouco os pés do chão, afrouxar os pensamentos lógicos e mergulhar no desconhecido.
O amor é uma grande noite escura, você nunca sabe o que encontrará, então não busque garantias. Você vai correr o risco de sofrer, de se abrir demais e se machucar, de se perder um pouco. Vai ficar de frente com os seus próprios desequilíbrios emocionais, seus complexos mal resolvidos, a imagem que tem de si e da vida.
Amar o outro sempre será o risco de se machucar, mas também de ir em direção a cura que é o próprio amor.
Amar é um processo único e individual de cada pessoa. Não há um tempo certo para amar ou a hora ideal. Ninguém precisa achar que deve encontrar alguém para ser feliz, nem que esse outro vai ser o grande príncipe encantado, a solução de todos os problemas, aquele que vai entender todas as suas necessidades ou ser perfeito a cada momento.
Correr atrás do amor, querendo se envolver com qualquer um apenas para ter alguém ao lado, não é amor, é carência. O amor não precisa ser buscado com desespero, e nem precisamos nos fechar para ele com medo de sofrer. Desejar alguém além da realidade humana, não é amor é ilusão.
O amor chega, imperfeito como somos, e é o próprio sentimento que nos ensina a viver com as imperfeições de cada um.
O que é preciso saber é que todo estado afetivo tem seus próprios desafios. Solteiro ou em um relacionamento, você terá pontos positivos e negativos a enfrentar. O mais importante é, independente da vida em que estiver, que ela seja por escolha, que você esteja ali por inteiro e não por uma imposição social ou do ego.
Amar pode não ser fácil e não é para qualquer um. Quem quer amar precisa conhecer o seu próprio tempo. Precisa se amar primeiro, ser dono de si, saber o que quer da vida. Necessita estar preparado para todas as situações conflitantes que o amor vai trazer.
É preciso ser maduro para viver esse sentimento. Compreender que o sentir em si não garante um retorno, que não acertamos de primeira, e que nem sempre desenvolvemos esse sentimento pelas pessoas que fazem bem para nós.
Por isso, nesse sentido, o amor sempre será um risco, uma aventura, um desbravar no desconhecido das terras do ser que o outro é.
E quem não se arrisca, não tenta, não se permite viver aquilo que, em algum momento, o coração pediu para tentar, será sempre refém de seus medos e sofrerá a amargura da sede que é amar. Porque no amor a gente se machuca, mas se cura, quebra mas se conserta, chora mas aprende algo com isso e volta a sorrir, e se tivermos coragem o suficiente de seguir em frente, encontramos esse sentimento verdadeiro que aquece o nosso coração.
Amar no nosso mundo e na nossa época não é fácil. É só para quem tem a ousadia de tentar, e correr esse risco de ser feliz.
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