Obesidade Infantil: Sono Ruim e Problemas Endócrinos também podem ser os Responsáveis

Dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) alertam para o agravante cenário da obeidade no Brasil. E, quando se trata de obesidade infantil, os números são cada vez mais preocupantes: aproximadamente 15% das nossas crianças, na faixa etária entre os 5 a 9 anos, estão acima do peso. Estima-se ainda que na próxima década cerca de 60% da população brasileira estará acima do peso.

Quando o pediatra se depara com caso de sobrepeso ou obesidade em seus pacientes, solicita alguns exames laboratoriais com o intuito de detectar ou afastar causas somáticas da alteração. Problemas como déficit do hormônio do crescimento e hipotireoidismo podem estar relacionados.

Vale lembrar que também há uma relação direta das horas de sono de uma criança com a obesidade. Alguns trabalhos têm demonstrado que o aumento de uma hora no sono das crianças abaixo de oito anos pode diminuir significantemente as chances de sobrepeso e obesidade. Isto ocorre devido a alterações nos hormônios relacionados à fome e à saciedade, que ocorrem quando a criança tem menos horas de sono diariamente.

 

 

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Uma vez afastadas tais causas, passa-se para uma orientação (ou reeducação) alimentar no sentido de corrigir o problema. E percebemos em consultório que um dos principais motivos para este cenário de obesidade no Brasil é a alimentação inadequada. Sempre alerto que os pais e cuidadores devem ficar atentos quanto à alimentação saudável das crianças, além do incentivo à prática do esporte. Devemos educá-las para uma boa alimentação desde a infância, para termos efeitos que são essenciais para a saúde e o bem-estar ao longo da vida.

Alimentação dos pequenos merece um ingrediente importante: exemplo e incentivo dos pais. De nada adianta os pais quererem que seus filhos comam legumes, frutas e vegetais se não tiverem o hábito de consumo destes alimentos. Para as crianças sentirem vontade em ingerir alimentos saudáveis é indispensável que elas sintam-se motivadas. Por isso, pais e mães são as principais fontes de incentivo e exemplo.

 
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Uma sugestão que dou é que pais, mães, avós, cuidadores levem as crianças ao supermercado para fazer compras. Mostre os alimentos saudáveis, suas propriedades nutritivas e como elas contribuem para o seu bom crescimento. Essa interação estimula a criança e faz com que ela sinta vontade de obter tudo que há de bom desses nutrientes apresentados.

Outra atividade que pode contribuir para a alimentação dos pequenos é que os pais “brinquem” com o prato do seu filho, deixando-o colorido. Toda criança adora cor, e isso também serve de estímulo, além de fazer da hora da refeição um momento mais descontraído. Isso vale para receitas criativas, em que os nutrientes são disfarçados em bolos e tortas. Deixe seu filho primeiro experimentar, sentir o gosto e somente depois você diz do que é feito. Desta forma, você irá comprovar que os alimentos saudáveis também são muito saborosos.

 

 

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Quanto aos alimentos considerados “proibidos”, como os lanches supercalóricos das redes de junk food, os doces e refrigerantes, oriento que não é preciso privá-los totalmente. Como é o caso do valor calórico do pão e dos sanduíches prontos. Uma alternativa nestes casos é deixar de lado os recheios gordurosos, e dar preferência aos de ricota, embutidos de aves, vegetais folhosos, tomate e queijo cottage.

Podemos contrariar os prognósticos do crescimento da obesidade no Brasil, com uma alimentação mais saudável e a conscientização da necessidade da prática esportiva desde a infância. Mas isto depende também muito do esforço de pais e responsáveis. 

 

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