Um grama de açafrão aumenta a memória de trabalho em apenas 6 horas

O interesse no açafrão como agente tônico e regenerativo para condições cerebrais está crescendo rapidamente. Esta tendência pode ser devido o aumento da prevalência de condições neurodegenerativas, como a doença de Alzheimer, bem como um aumento alarmante de câncer cerebral e as desregulações metabólicas prejudiciais cognitivas associadas ao diabetes tipo 2.

 

O açafrão e o seu principal polifenol curcumina possuem grande promessa como alternativa aos produtos farmacêuticos – nenhum dos quais demonstrou abordar nem resolver as causas profundas da doença.

 

Um estudo recente publicado em Asia Pacific Journal of Clinical Nutrition e intitulado,  Turmeric improves post-prandial working memory in pre-diabetes independent of insulin” (Açafrão melhora a memória de trabalho pós-prandial em pré-diabetes independentemente da insulina), revela o perfil terapêutico exclusivo deste antigo tempero indiano na prevenção do comprometimento cognitivo relacionado ao pré-diabetes e à demência.

 

O estudo contou com 48 participantes de 60 anos com pré-diabetes recentemente diagnosticado e não tratado. Eles foram randomizados para receber um placebo, açafrão (1.000 mg), canela (2.000 mg), ou ambos (1.000 mg e 2.000 mg, respectivamente), ingeridos em um pão branco (119 g) no café da manhã.

 

Os pesquisadores observaram as respostas metabólicas dos participantes ao longo de um período de 6 horas para os seguintes parâmetros:

 

· Memória pré e pós-trabalho (MT),

· Respostas glicêmica e de insulina

· Biomarcadores da doença de Alzheimer (medidos em 0, 2, 4 e 6 horas): proteína precursora amiloide (APP); γ-secretase subunidades presenilina-1 (PS1); presenilina-2 (PS2); glicogênio sintase quinase (GSK-3β)

 

Os resultados do estudo foram relatados da seguinte forma:

 

“Descobrimos que uma modesta adição de 1g de açafrão em um café da manhã não nutricional (de pão branco) melhorou a memória de trabalho (MT) durante 6 horas em pessoas mais velhas com pré-diabetes – o que não ocorreu com 2g de canela”.

 

Além disso, eles observaram que a gordura corporal e a resistência à insulina modularam o efeito que o nutriente apresentou na melhora da memória funcional, “sugerindo que os benefícios do açafrão poderiam ser melhorados quando essas características eram menos anormais”.

 

Embora o estudo tenha encontrado que os biomarcadores do Alzheimer “apresentaram correlações ativas entre eles durante o estudo de 6 horas, estes não explicaram o vínculo entre o açafrão e a MT”. Em outras palavras, os pesquisadores supuseram que, enquanto os componentes da especiaria acessam e modulam as vias tradicionais dos biomarcadores de Alzheimer, nenhum mecanismo definitivo de ação, explicando como eles afetam a memória de trabalho, pode ser discernido no estudo.

 

Curiosamente, o estudo selecionou intencionalmente o pó do açafrão em vez de extratos de curcuminoides, como é normalmente o caso, para simular a exposição culinária do mundo real ao tempero:

 

“Nós deliberadamente usamos o açafrão integral em vez de curcuminoides ou extratos de açafrão. Queríamos examinar o produto usado na vida quotidiana, com o qual há gerações de experiências e presumível segurança em culturas alimentares asiáticas – em uma variedade de cozinhas do sul, nordeste e sudeste da Ásia. As quantidades utilizadas também estavam dentro do intervalo doméstico habitual”.

 

Este estudo solidifica mais uma vez os achados de uma crescente literatura que mostra que o açafrão (curcumina) é uma excelente intervenção para os pré-diabéticos (com uma taxa de prevenção de até 100%, de acordo com um estudo publicado há dois anos em Diabetes Care), bem como um agente antidemência, já avaliado em detalhe em relatórios anteriores.

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