Sabemos sobre os básicos passos para manter um cérebro jovem e saudável: comer saudavelmente, praticar exercícios e ter uma boa noite de sono. A saúde cerebral também pode ser influenciada por uma fonte inesperada – o nosso segundo cérebro. Dentro das muralhas do nosso sistema digestivo está o intestino, ou o “segundo cérebro”, que contém bactérias que poderiam ajudar a moldar a nossa estrutura cerebral, possivelmente influenciar o nosso humor, comportamento e saúde mental, tal como a probabilidade de desenvolver a doença de Alzheimer.
O intestino é capaz de comunicar com o cérebro através do nervo vago – um nervo craniano que se estende a partir do tronco cerebral até o abdômen, através do coração, esófago e pulmão – conhecido como o eixo intestino-cérebro. Noventa por cento das fibras no nervo vago transportam informação do intestino para o cérebro.
Esta comunicação acontece através de moléculas que são produzidas por bactérias do intestino e, em seguida, entram na corrente sanguínea. Estas moléculas são fortes o suficiente para mudar o comportamento de camundongos. Compostos neuroativos e hormônios entram na corrente sanguínea e vão para o cérebro.
Agora, um desequilíbrio entre bactérias intestinais benéficas e prejudiciais, conhecido como “disbiose”, tem sido associado a um número de distúrbios psiquiátricos e neurológicos, tais como o autismo, a ansiedade, a depressão e o estresse. Esse desequilíbrio pode mesmo desempenhar um papel em doenças neurodegenerativas, tais como a doença de Alzheimer e a doença de Parkinson. Seria dizer que o desconforto estomacal ou intestinal pode ser a causa ou o produto de ansiedade, estresse ou depressão, estando potencialmente relacionado com estados pró-inflamatórios induzidos pelo desequilíbrio de bactérias sobre ou dentro do corpo.
Além disso, há estudo que sugere que manipular as bactérias do intestino pode, de alguma forma, produzir comportamentos relacionados com a ansiedade e depressão. Um estudo de 2013 encontrou que a substituição de bactérias intestinais de camundongos ansiosos por bactérias de camundongos que não sentiam medo levou os animais ansiosos a tornarem-se mais sociáveis, menos ansiosos. Testaram o sentido inverso e comprovaram a mudança comportamental através da alteração da população de bactérias no intestino – mudando a dieta ou usando antibióticos.
Existem várias implicações desta conexão intestino e cérebro, tais como a possibilidade tanto da prevenção quanto do tratamento de distúrbios neurológicos e neuropsiquiátricos através da saúde intestinal.
Isto nos mostra que ter um intestino saudável pode ser igual a uma mente saudável.
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