Ouvir música durante um curto e intenso estágio de exercício pode mudar como você se sente sobre exercícios intensos e incentivá-lo a continuar com o programa, de acordo com um novo estudo de treinamento intervalado intenso e como torná-lo mais aderente à rotina.

 

O treino intervalado de alta intensidade é um conceito popular, tanto em laboratórios de ciências do exercício quanto academias de ginástica. Consiste em períodos de esforço total intervalado com períodos de exercício mais leve. Os intervalos intensos duram apenas 10 ou 20 segundos, mas podem melhorar a saúde e a aptidão da maioria das pessoas na mesma medida que uma hora ou mais de exercício aeróbico moderado tradicional, mostram os estudos.

 

O problema é que esses 10 ou 20 segundos são incrivelmente intensos, exigindo muito mais esforço das pessoas durante os breves intervalos do que durante uma longa corrida leve (jogging).

 

Ainda assim, o fascínio desses exercícios muito curtos e muito intensos é óbvio. Eles podem se encaixar na agenda de todos, mesmo daqueles que dizem estar muito ocupados para se exercitar.

 

Mas sua desvantagem é igualmente clara. A maioria de nós não gosta particularmente de se esforçar tanto durante o exercício, como a ciência e a experiência nos mostram. Muitos estudos anteriores do comportamento do exercício indicaram que se as pessoas consideram um regime ou treino como sendo difícil e desagradável, elas não persistirão.

 

Tais descobertas levaram alguns cientistas e especialistas em saúde pública a argumentar que a recente atenção dada ao treinamento intervalado é equivocada. Se os intervalos são tão duros, dizem eles, ninguém no mundo real os completará voluntariamente.

 

No entanto, surpreendentemente pouca ciência tem realmente estudado como as pessoas se sentem durante e após o treino intervalado de alta intensidade e se pode haver maneiras de diminuir o senso subjetivo de desconforto das pessoas.

 

Ouvir música, por exemplo, geralmente facilita na hora do exercício, mas na maioria dos experimentos anteriores, o exercício em questão tem sido ciclismo ou jogging em nível moderado, e não intervalado.

 

Assim, para o novo estudo, publicado em Journal of Sports Sciences, pesquisadores da Universidade McMaster em Hamilton, Ontário, recrutaram 20 voluntários que estariam dispostos a tentar um treino intenso, mas muito breve.

 

Eles eram jovens saudáveis, fisicamente ativos, do sexo masculino e feminino, novatos quanto ao treino intervalado de alta intensidade, mas curiosos.

 

Os voluntários completaram uma série de questionários sobre suas atitudes em relação ao treinamento intenso e se poderiam antecipar, sem terem tentado ainda este tipo de exercício, se gostariam e continuariam com tais exercícios mais tarde ou se desistiriam abruptamente.

 

Os pesquisadores também pediram-lhes para listar canções favoritas que achavam que valeria a pena ouvir durante um treino.

 

Em seguida, os voluntários foram introduzidos a uma forma particularmente cansativa de treinamento intervalado, na esperança de que isso amplificaria suas respostas físicas e emocionais, relata Matthew Stork, um doutorando do campus Okanagan da University of British Columbia, que liderou o estudo enquanto ainda na McMaster.

 

O treino consistiu em dois minutos de aquecimento leve em uma bicicleta estacionária, seguido por quatro explosões de 30 segundos de esforço total, com altíssima exigência pulmonar, cada “explosão” era intervalada com quatro minutos de repouso.

 

Durante uma visita ao laboratório de exercícios, os ciclistas completaram o treino sem ouvir música. Em outra visita, a lista de músicas escolhidas soou através dos alto-falantes do laboratório. Após cada sessão, descansavam por uma hora e depois repetiam os questionários.

 

Stork diz que os pesquisadores esperavam que, de acordo com as preocupações de outros cientistas, as respostas dos voluntários mostrariam que, depois de terem experimentado um árduo treinamento intervalado, não o repetiriam.

 

Mas, em vez disso, a atitude dos participantes em relação ao treino geralmente era bastante favorável, cerca de 5 em uma escala de 1 a 7, com o 7 significando essencialmente: “Uau, eu realmente gosto deste treino”.

 

Ouvir música intensificou significativamente as atitudes positivas dos voluntários em relação ao treino, elevando suas avaliações mais perto de um 6.

 

A música também tornou mais provável que as pessoas relatassem a intenção de continuar o treino intervalado no futuro.

 

Os resultados indicam que o treino intervalado de alta intensidade pode não ser tão fisicamente desagradável e desmotivador para muitos de nós como alguns especialistas temiam, afirma Stork, e que adicionar música ao suor parece fazer os exercícios mais agradáveis. (Os pesquisadores usaram os mesmos dados em um estudo anterior que analisava se a música fazia as pessoas andarem mais. O resultado foi positivo.)

 

Claro, o estudo é de tamanho pequeno e de um grupo particular de pessoas, todas jovens, saudáveis, aptas e abertas a tentar o treino em primeiro lugar. E também presumivelmente também tinham gosto comparável quanto à música.

 

Os resultados não podem nos dizer se treinos com intervalos intensos seriam similarmente populares ou viáveis para pessoas mais velhas, doentes, mais relutantes a experimentar um exercício extenuante, ou que escutem apenas Bach.

 

O Sr. Stork atualmente está trabalhando em uma série de estudos que envolvem diferentes tipos de pessoas e diferentes tipos de programas intervalados. Os primeiros resultados deverão estar disponíveis em breve.

 

Mas, por enquanto, esses novos resultados sugerem que se você ficou intrigado com a ideia de exercícios breves, mas preocupado que possam ser muito intensos: experimente. Faça uma lista de suas músicas favoritas, vá numa academia ou lugar para corrida e empurre-se um pouco. (Se não se exercita, primeiro consulte o seu médico.) Você pode achar que os intervalos não são apenas atraentemente breves, mas também toleráveis e até divertidos.

 

Dra. Ritz

Médica e atleta fisiculturista, realiza palestras por todo o Brasil, divulgando o envelhecimento saudável, a longevidade e a busca por uma vida mais plena e produtiva. Serve de exemplo e estímulo para os seus pacientes, que buscam em sua pessoa, uma fonte de conhecimento, inspiração e exemplo de vida.

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